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O dia 26 de setembro celebra o Dia Nacional do Surdo, data que relembra, a toda a sociedade, a luta da comunidade surda brasileira por direitos e inclusão. O atendimento efetivo da pessoa com deficiência tem sido um desafio na saúde. Por isso, nesta data, a UNA-SUS/UFMA reforça a importância da qualificação profissional no cuidado inclusivo e no diagnóstico precoce por meio do curso “Atenção na identificação precoce de deficiências em crianças por meio de Triagem Auditiva Neonatal (TAN) e Triagem Ocular Neonatal (TON)”.

Com uma população de mais de 10 milhões de pessoas surdas no Brasil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos a metade das ocorrências poderiam ter sido evitadas ou minimizadas, por meio do acesso às informações da saúde auditiva e do devido acompanhamento médico.

No caso de deficiência auditiva permanente, o diagnóstico funcional e a intervenção iniciados antes dos seis meses de vida da criança possibilitam, em geral, melhores resultados para o desenvolvimento da função auditiva, linguagem, fala, processo de aprendizagem e consequentemente a inclusão no mercado de trabalho e melhor qualidade de vida.

A Triagem Auditiva Neonatal (TAN) faz parte de um conjunto de ações que devem ser realizadas para a atenção integral à saúde auditiva na infância. Dessa forma, a TAN deve estar integrada à Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e às ações de acompanhamento materno-infantil. Também é de extrema importância a articulação, capacitação e integração com a atenção básica, para garantir o monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento da audição e da linguagem e para a adesão aos encaminhamentos para serviços especializados.

A Triagem Ocular Neonatal (TON), também conhecida como Teste do Olhinho, deve fazer parte do exame físico do recém-nascido e ser realizada ainda na maternidade, por meio de inspeção dos olhos e realização do Teste do Reflexo Vermelho (TRV) da retina, com o uso do oftalmoscópio ou de instrumento, como caneta de luz. Esses exames visam à identificação, em tempo oportuno, de situações de risco e agravos que podem ocasionar deficiência visual, tais como catarata congênita e outros transtornos oculares congênitos e hereditários.

Setembro Azul – O mês, aliás, é chamado de Setembro Azul porque se dedica à conscientização sobre as conquistas da comunidade surda e o quão urgente e indispensável é a ampliação da acessibilidade.

Marcado por diversos eventos históricos para a comunidade surda, Setembro também celebra o Dia Internacional da Linguagem de Sinais, no dia 23, data alusiva a criação da Federação Mundial dos Surdos, instituição presente em mais de 100 países, que luta pelos direitos deste público. Escolhido por ser a data da fundação da primeira escola de surdos no país, o Dia do Surdo, no Brasil, foi oficializado em 2008, por meio do decreto de lei nº 11.796.

Já, o Dia Internacional do Surdo ocorre no dia 30 de setembro, bem como o Dia Internacional do Tradutor Intérprete de Línguas de Sinais.

A escolha da cor azul como símbolo remete a época da 2ª Guerra Mundial, quando as pessoas com deficiência eram identificadas com uma faixa azul e eram executadas. Em 1999, a fita azul passou a ser usada pela comunidade surda como um símbolo de orgulho e de resistência, ideia que surgiu durante o XIII Congresso Mundial da Federação Mundial de Surdos, que ocorreu na Austrália.

Inclusão na saúde – Com carga horária de 30 horas, o curso é gratuito e ofertado na modalidade a distância com metodologia autoinstrucional, ou seja, sem a mediação de tutores. O público-alvo são profissionais que atuam no SUS envolvidos no cuidado à pessoa com deficiência, além de profissionais de nível técnico, acadêmicos e demais interessados nas temáticas abordadas.

O curso apresenta os seguintes conteúdos: Epidemiologia da deficiência auditiva e deficiência visual em neonatos; Identificadores de risco para deficiência auditiva e visual em neonatos (história clínica); TAN e TON: conceitos, finalidades, rede de atenção, período de realização e indicadores de qualidade dos exames; Etapas dos testes de TAN e TON; Diagnóstico, monitoramento e acompanhamento de neonatos; Marcos do desenvolvimento da infância: aspectos auditivos e visuais; Registros de resultados e controle dos encaminhamentos.

“O objetivo é capacitar os profissionais de saúde sobre a epidemiologia, os impactos e indicadores de risco relacionados às deficiências auditivas e visuais em recém-nascidos, assim como o desenvolvimento da criança antes e após os testes de triagem neonatal”, afirma a coordenadora geral da UNA-SUS/UFMA, Ana Emilia Figueiredo de Oliveira.

A oportunidade educacional é fruto da parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade Federal do Maranhão, por meio da Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED/UFMA), Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e Grupo SAITE (CNPq/UFMA). Os interessados podem se inscrever por meio do site unasus.ufma.br e iniciar o curso de imediato.