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Pesquisas afirmam que sintomas pós-covid afetam a memória e sequelas podem durar mais de um ano

Capacitação que auxilia profissionais na reabilitação desse paciente segue com inscrições abertas

Após analisar pacientes que tiveram covid, os resultados de duas pesquisas brasileiras surpreenderam: o primeiro estudo, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas, revelou que metade das pessoas diagnosticadas com covid-19 apresentam sequelas que podem durar mais de um ano. Já a pesquisa feita na Rede Sarah constatou que todos os participantes apresentaram algum grau de perda de memória.

Segundo os pesquisadores da Fiocruz Minas, foram identificados 23 sintomas após o término da infecção aguda. Dos 646 pacientes monitorados, 35,6% relataram ter fadiga, que é caracterizada por cansaço extremo e dificuldade para realizar atividades rotineiras. Outras sequelas relatadas foram tosse persistente (34%), dificuldade para respirar (26,5%), perda do olfato ou paladar (20,1%), dores de cabeça frequentes (17,3%) e trombose (6,2%). Foram constatados ainda transtornos como insônia, relatada por 8% dos pacientes acompanhados, ansiedade (7,1%) e tontura (5,6%). 

De acordo com a pesquisadora Rafaella Fortini, que coordena o estudo, muitos dos sintomas persistiram durante os 14 meses, com algumas exceções, como a trombose, da qual os pacientes se recuperaram em um período de cinco meses, por terem sido devidamente tratados por meio intervenções médicas adequadas. “É importante buscar os serviços de saúde para o tratamento da covid longa, até mesmo no caso de sequelas mais leves, que também podem interferir na qualidade de vida”, lembrou Fortini.

Sobre o estudo realizado pela Rede Sarah – entre abril de 2021 e janeiro de 2022, com 614 pacientes que tiveram Covid – foi registrado, além da perda da memória, sequelas desconhecidas da doença, como deficiências na concentração, atenção e fluência verbal. A pesquisa apontou ainda aumento nos níveis de ansiedade (46%) e depressão (29%). A média de idade dos pacientes com esses problemas é de 47,6 anos e a maioria é de mulheres. As sequelas afetam tanto quem teve Covid grave, quanto os casos leves. 

Ambos os estudos mostraram que as sequelas podem durar mais de um ano, caracterizando o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica de “Covid longa”. 

CAPACITAÇÃO - Desde o início da pandemia, especialistas alertam para a necessidade de se acompanhar os pacientes que ficaram com alguma sequela, pois condições com duração indeterminada requerem intervenções específicas. Dessa maneira, a capacitação “Reabilitação do paciente com condições pós-covid” segue com inscrições abertas até 3 de outubro.

O curso do Ministério da Saúde, em parceria com a Diretoria de Tecnologias na Educação (DTED/UFMA), por meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS/UFMA) e Grupo SAITE (CNPq/UFMA), é destinada a médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, assistentes sociais e profissionais das equipes da Atenção Primária à Saúde. O curso tem carga horária de 45 horas e início imediato, sendo ofertada na modalidade a distância (autoinstrucional) por meio do ambiente virtual de aprendizagem da UNA-SUS-UFMA. O certificado é gratuito, reconhecido pelo MEC e validado pela UFMA.

Leia a pesquisa da Fiocruz Minas, publicada na revista Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, na íntegra.


Com informações do portal Agência Brasil.

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Data de Publicação: 16/05/2022